Pessoas são como pássaros.
Umas possuem noção perfeita de tempo. Pressentem a mudança de ar, e logo estão longe do alcance. Elas são livres, e livres se sentem para buscar o calor de outro sol, em outro lugar. Mas essas sempre voltam quando o inverno acaba, enchendo os lagos de nossos olhos de vida.
Algumas pessoas são coloridas e alegres, pequenas e belas, com vozes de alma sonora. Mas terrivelmente frágeis. Essas são almas canoras, passarinhos que morrem ao mudar a estação.
Outras se escondem em ocos, em vazios de madeira, em buracos na escuridão, como são as perguntas que fazem. Nos observam com olhos sábios e curiosos, e hipnotizando a consciência, são predadoras do escuro. Terríveis caçadoras, profetas do espiritual, do começo, do fim e do eterno.
Umas são pesadas e ágeis, incansáveis, e impossíveis de serem apanhadas. Outras, suportam condições extremas para manter em segurança o que tem de mais precioso.
Algumas são fiéis até a morte. Algumas, passam a vida inteira na solidão.
Há as que cisquem, procurando no meio da sujeira alimento; há as que só se alimentem de néctares e sumos doces; há as que dancem em plumas e cores, afim de serem notadas; há as que pairam; há as que param; há as que cantam; há as que só imitam.
E algumas simplesmente não voam.
(dica de música do Gilmore, um desses pássaros que cantam nos beirais e alegram o dia)
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