Sente culpa até quando acorda, e se não desperta para isso, tem tudo para se enforcar na corda que sentiu apertar.
Porque paixão só serve para poesias e ideais, para a ânsia de um mundo melhor, mas para o mundo real, não.
Mundo real é feito de matéria concreta, de pesado concreto cinza, que não flutua na imensidão de sonhos líquidos desse frágil oceano.
Acorda, menino. Não sonhe sobre o sonho. Vista seu terno cinza e se deixe afundar. O barco do desejo que navega não tem leme e pode vir à pique nesse mar de corais e pedras afiadas.
A corda, menino.
Acorda pra vida.
A cor da vida.