27.11.09
Ensopado de coisas diferentes.
Acho engraçado as pessoas que quando usam o trambolho estratosférico sobre a cabeça, perdem totalmente a noção de tempo / espaço. Quem já enfiou, ou teve seu olho perfurado por uma ponta daquelas hastes, está rindo agora. Sim, vocês sabem do que eu estou falando. Parece até que quando uma pessoa porta um desses monstros de plástico ensopado, ela automaticamente entra numa dimensão paralela, onde só é possível se movimentar com metade da velocidade habitual, e ocupando duas vezes o espaço que ocuparia normalmente. Pior quando param pra conversar. Ou atravessam na sua frente, sem dar menção de que o fariam. Pensa que fim trágico: Aqui jaz Thiago, 23 anos, atropelado por uma senhora de 54 anos que portava um guarda-chuvas e um pacote de biscoitos de polvilho.
Por causa dessa minha filosofia pessoal, aprendí a não correr da chuva. E ficar ensopado alegremente, claro. Tanto é assim, que tive a moral de pegar uma lotação literalmente pingando, e em seguida, entrar no supermercado mais "classe A" das redondezas. Era um tal de slept slept enquanto eu caminhava, que o segurança não sabia se me impedia de entrar ou se me emprestava um snorkel. Na área dos bolos, a moça ficou meio constrangida com meu cabelo empapado no rosto, que não sabia me dizer qual era o recheio do Maria Antonieta. No fim, comprei, e dei no pé. Precisava caminhar mais um pouco na chuva, de volta pra casa.
Porque isso faz bem.
Desopila os poros.
Fazer coisas iguais de jeito diferente me alegra a vida, não sei porquê. Tenho prazer na contraversão que não é ilegal. Quebra de paradigmas e tudo mais, regado de experimentar coisas novas.
Falando nisso, estou pensando em mudar alguns móveis de lugar...
21.11.09
Retrato de uma fé louca
- Eu tenho que ver isso, logo eu, que sempre seguí corretamente todos os preceitos da cartilha da Assembléia de Deus! Aquela piranha que casou com o pastor, ela sim que colocou todo esse lixo na cabeça do povo da igreja.
19.11.09
e o fim?
M - Oi
M - Eu não te segui. Eu venho aqui, este é "meu lugar".
H - Então, você primeiro.
M - Não, não, você primeiro.
H - Primeiro as damas! Eu insisto.
M - Você chegou primeiro.
H - Eu não poderia fazer você assistir isso. (...)
M - E como você acha que eu me sentiria? Meu vestido iria inflar e você veria minha calcinha!
(riem)
H - Isso não é realmente o que eu quero fazer. Talvez, em vez disso, você e eu, poderíamos sair para...
a inconstância
Que cara bobo, você pensa.
(É, eu sei que sou.)
Mas o fato é que se alguma coisa não me conquistar nos primeiros instantes, dificilmente terá minha atenção daí em diante.
Sou assim, principalmente, com músicas. De repente me pego chorando com um vídeo do youtube que ouví pela primeira vez na vida. Descubro o nome do artista. Vou em algum site aí e dou download do album inteiro, comento dele no twitter, no orkut, ligo para amigos só para conversar. Enfim, viro fã. Em segundos!
Mas uma coisa engraçada que acontece, é que depois de um ou dois dias muitos desses arquivos ficam intocados aqui, no meu PC. Talvez porque nem todas as músicas são tão legais quanto aquela, mais comercial, que ouví no site ou na TV, ou porque simplesmente fui levado pelo vídeo, pelo momento, pela vida.
Independente do motivo, notei aqui um traço da humanidade. Quantas vezes você já experimentou alguma coisa que julgou boa, e quis "baixar o pacote completo", se decepcionando muito com o resto?
Talvez o que precisemos não seja conhecer afundo todas as letras, melodias e composições. Creio que valhe a pena fazer uma playlist com todas nossas grandes emoções, sem medo de contrastar gênero ou autor, ritmo ou harmonia.
Não é necessário nos afundarmos no conhecimento, limitando os ouvidos a somente um estilo, uma idéia, aquele álbum em específico dentre todos os outros que poderíamos ouvir...
Não, não estou falando (só) de música.
17.11.09
starflyer é bom pra caramba, né?!
comer cão é coisa do cão
16.11.09
parar pra respirar
15.11.09
Palavras são promessas
Parei pra notar a beleza perigosa das palavras.
Pois cada uma delas, mesmo sem querer, escritas ou ditas, são como promessas.
Notei como um dos maiores pecados talvez seja dizê-las. Ora, como esperar que não juremos ao falar "eu te amo"? Ao ouvir essa frase, o alvo de nosso amor quebrado descansa o fardo de carência sobre nossas costas, e nos toma como provedores do carinho desejado. E nem sempre sustentamos a jura.
O sim, não é um voto? Ao pedirmos aquilo que nos angustia, ou tentarmos mergulhar no mar de nossa vontade, ao receber a bandeira verde com a fantástica palavra de três letras, não estamos ouvindo, na verdade: "Pode ir, eu estarei com você"?
Qualquer verbo não é nada mais do que promessas que aconteceram, acontecem ou acontecerão.
Como evitar cair na armadilha do não jurarás, se a cada palavra imprimimos marcas no mundo em que vivemos? Existe como passar ileso a esse poder?
Palavras são o início de todos os conflitos. Promessas quebradas, para corações revoltos, se tornam um mundo de motivos. São com palavras que pomos um fim a todas as coisas. E no final, damos nossas últimas palavras como tentativa de nos tornar imortais.
Com palavras, mostramos o que sentimos. Nossa emoção só tem sentido quando vira algo concreto, palpável, algo dito. Segredos, as promessas de confiança, são guardados em palavras e escondem em sí muitas outras promessas.
Atitudes nos afastam, mas somente as palavras destroem. Pedras podem ferir, mas são as promessas que matam. Toda lei é palavra, e toda lei é uma jura. Assim é para o júri, para o juiz, e todo juízo. Assim como Deus, que como dito em sua promessa para a humanidade – a Bíblia – é o Verbo.
E esse blog, em cada palavra, nada mais é que uma promessa que tenta ser comprida.