Parei pra notar a beleza perigosa das palavras.
Pois cada uma delas, mesmo sem querer, escritas ou ditas, são como promessas.
Notei como um dos maiores pecados talvez seja dizê-las. Ora, como esperar que não juremos ao falar "eu te amo"? Ao ouvir essa frase, o alvo de nosso amor quebrado descansa o fardo de carência sobre nossas costas, e nos toma como provedores do carinho desejado. E nem sempre sustentamos a jura.
O sim, não é um voto? Ao pedirmos aquilo que nos angustia, ou tentarmos mergulhar no mar de nossa vontade, ao receber a bandeira verde com a fantástica palavra de três letras, não estamos ouvindo, na verdade: "Pode ir, eu estarei com você"?
Qualquer verbo não é nada mais do que promessas que aconteceram, acontecem ou acontecerão.
Como evitar cair na armadilha do não jurarás, se a cada palavra imprimimos marcas no mundo em que vivemos? Existe como passar ileso a esse poder?
Palavras são o início de todos os conflitos. Promessas quebradas, para corações revoltos, se tornam um mundo de motivos. São com palavras que pomos um fim a todas as coisas. E no final, damos nossas últimas palavras como tentativa de nos tornar imortais.
Com palavras, mostramos o que sentimos. Nossa emoção só tem sentido quando vira algo concreto, palpável, algo dito. Segredos, as promessas de confiança, são guardados em palavras e escondem em sí muitas outras promessas.
Atitudes nos afastam, mas somente as palavras destroem. Pedras podem ferir, mas são as promessas que matam. Toda lei é palavra, e toda lei é uma jura. Assim é para o júri, para o juiz, e todo juízo. Assim como Deus, que como dito em sua promessa para a humanidade – a Bíblia – é o Verbo.
E esse blog, em cada palavra, nada mais é que uma promessa que tenta ser comprida.
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