Ver a vida de cima dá uma sensação de distanciamento. Talvez seja o desapego, ou o tamanho que ficam as pessoas ao olhar. Dá pra fantasiar que são insetos, prontos para serem esmagados debaixo de botas pesadas. As mesmas que nos estão esmagando nas baias do escritório.
Dá pra pensar que o longe está perto, e que estamos próximos do céu.
Dá pra sonhar em pular e esperar que alguém nos salve no meio da queda, como fazemos o resto do tempo.
Dá pra ser outra pessoa. Dá pra chorar sem que ninguém veja, e esperar que o vento seque o rosto molhado.
Dá pra sonhar em pular e esperar que alguém nos salve no meio da queda, como fazemos o resto do tempo.
Dá pra ser outra pessoa. Dá pra chorar sem que ninguém veja, e esperar que o vento seque o rosto molhado.
Dá pra ficar em silêncio sem que o azul nos obrigue a dizer algo interessante. Na varanda, não importa se você é engraçado, interessante, divertido, bonito, ou se consegue manter o rumo da conversa. Lá fora, você é apenas um ponto debruçado no prédio alto e frio.
Dá pra conversar consigo mesmo sem ser chamado de louco.
Dá pra descansar nas próprias mentiras.
A varanda é o ponto extremo, um espaço pequeno para lembrar que tudo que você precisa é de um passo. Pra viver ou pra morrer.
Dá pra conversar consigo mesmo sem ser chamado de louco.
Dá pra descansar nas próprias mentiras.
A varanda é o ponto extremo, um espaço pequeno para lembrar que tudo que você precisa é de um passo. Pra viver ou pra morrer.
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