A máscara está proibida,
as más caras públicas estão
todas proibidas porque são
de uma gente bandida.
A cara do desgosto
que tanto ameaça nosso passeio,
nosso caminho do fio, o meio
dessa gente sem rosto.
Da alienação.
A hipocrisia tá ilegal
não pode mais prometer
(e não cumprir).
E se vê algo leve,
(enquanto quer rir)
fazer cara de mal.
Não pode cozinhar ser,
e quando põe na mesa,
a tal máscara reveza
e sendo se torna ter
Não pode tentar viver, não.
Não pode teatro, dor, fuga.
Não pode creme anti-ruga.
Não pode coração.
Masca rasa a angústia
de quem acha normal
sonhando um país igual
reclamar da dor do nunca,
marchando nu na frente
de capacete e farda,
cacetete e má vontade,
sorrindo, ensolarado e passando mal,
desmaiando no meio da avenida.
Gás, pimenta e incerteza,
debaixo do maior sol da vida
do velho carnaval.
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