Ele vem subindo pelo tronco como uma orquídea, uma flor parasita de rara beleza.
Se agarra à madeira, à parede, com tanta força que o nó de seus dedos imaginários empalidece.
Exige, beirando a fúria, a atenção de seu dono, esse coração tolo. A carência sedenta pede atenção de quem passa. Quer seu nome brilhando lilás nos neons da cidade das emoções, que grita: Esse perserverante, notívago e instável monstro bonito quer mais calor!
E quer saber?
Para mim, sempre será bem vindo. Tem um lugar à mesa e uma menção honrosa num livro que ainda será escrito, a respeito de como foi derrubado por uma mão macia de unhas pintadas de salmão.
Mas até que seja posto ao chão, o monstro é meu, come em meu prato, rí das minhas piadas, e é companhia contra esse monstro maior, a solidão escura e fria que fica lá fora, sulgando tudo num vórtice para o vazio.
E ele é engraçado, porque sabe que será derrotado. Me sorrí com esse sorriso quente e totalmente estúpido, como sua essência, e diz que a próxima mão a o derrubar será ainda mais delicada que a anterior. E não sei se é uma ironia, porque nos meus registros, minhas marcas e paredes, ele sempre se ergue mais forte e risonho.
Como essa flor estúpida e rara, que cresce em pântanos e que me faz rir com o sarcarsmo.
Então eu digo: -Sim, eu sei que a próxima mão será ainda mais macia e bonita que a anterior. Ela terá unhas de salmão e perfume de baunilha.
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