Eu vejo, em semblantes sobrecarregados de traumas, um medo.
Não é um medo racional, daqueles que somos movidos a abraçar por um instinto maior de sobrevivência. Não se trata de pavor de algo que simboliza a morte.
Não são por coisas ruins que essas pessoas ficam amedrontadas. Elas temem o amor.
E isso é tão sério que eu mesmo, por rotineiramente tocar no assunto, sou taxado de piegas, até de repetitivo. As pessoas não querem mais ouvir essa palavra.
AMOR.
Ligue a TV, e você verá os temas: Reprisa-se romances viscerais, exibe-se libidos inflamadas, escancara-se violências emocionais, mas do amor não se trata. Não dá ibope. É velho, duro e intolerante.
O amor assusta.
E os argumentos de quem assume o partido do "desamor e desapego" são, em todas as situações, falhos. Parecem bêbados gagos balbuciando explicações para personagens invisíveis de sua embriaguez. Não convencem ninguém, mas por espelhar um medo geral, as pessoas abraçam os argumentos. Eles dizem: "amor se tornou uma palavra muito desgastada. É necessário tomar cuidado em dizer. São poucas as pessoas que amamos de verdade."
Olhe para aquele morador de rua. Você não o ama, é verdade. Porque se o amasse, faria algo por ele. O mesmo serve para aquele seu amigo que está se acabando no vício, e você fica calado. Porque o respeita? Não, porque não quer a responsabilidade de denunciar o problema e talvez, por conta disso, perder os benefícios que ele lhe oferece com sua amizade. Resumindo, você realmente não o ama.
O amor gera compromisso. Quando dito, cria um vínculo de quem oferece para quem o recebe. O amor é uma promessa, a maior delas, que diz: "independente do que você fizer, eu estarei ao seu lado".
Não é de se admirar que assuste.
E também não é de se admirar, numa sociedade em que se tem medo de amar, que filhos planejem a morte de pais, que crianças sejam violentadas até a morte, que animais sejam extintos pelo puro prazer da caça, que poderosos controlem camadas sociais supostamente frágeis para seu próprio benefício. Não é de se admirar a fome, as epidemias, a miséria.
E talvez seja hora de eu parar por aqui, porque os críticos, fãs do incorreto, que vêem o mundo num amálgama de cores preto-acizentado-arrocheado, podem em breve me taxar de infantil ou maluco. Dirão que vejo um mundo cor de rosa por sugerir essas coisas.
Mas poupo-lhes o esforço: Meu mundo perfeito não é rosa. É vermelho escarlate. É da cor do fogo, do sangue, da paixão. O meu mundo perfeito é intenso como é intenso o amor de Deus por você que me lê. No meu mundo perfeito não há espaço para termos genéricos, para promessas superficiais, para manipulações, para níveis sociais. Meu mundo perfeito é lavado pelo sangue de alguém igualmente perfeito que ordenou em toda sua autoridade: "Ame seu próximo como a você mesmo".
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