8.4.12

Prateleira do drama

Não tenho mais paciência para filmes ruins, para essa enrolação na trama, esses personagens clichês. Não consigo mais assistir uma história repetida.
Mas de tudo, o que eu mais odeio é a pretensão de todo mundo que assiste à peça e aplaude. O gosto massificado, que virou uma formula de sucesso, virando único padrão de se fazer qualquer coisa. A verdade definitiva. Eu cansei do simulacro, dessa gente que troca o verdadeiro, o real, o sincero, por aquilo que dizem ser normal. Só porque todos fazem dessa forma, ou porque dizem que assim seria o certo.
Cansei dessa gente que esmaga o singelo e o puro em troco de duas horas de ação frenética e sem sentido. Quem não reconhece um bom romance silencioso e que corre logo para a estante do terror, pois só sabe sentir o gosto de sangue. Cansei dessa intensidade fabricada, repetida, revista e recopiada. Os super-heróis inumanos que ganham infinitas reprises de suas vidas patéticas, ideologias rasas e poderes sem sentido.
Porque todo romance precisa ser comédia? Porque todo drama só acontece no Iraque? Porque a mocinha pura e delicada sempre padece na mão de um bonitão malvado antes de virar a mesa e se tornar uma mulher sedutora ou uma assassina vingativa?
Eu não sei porque as pessoas gostam tanto do impossível. Eu não sei porque elas se acomodam tanto com o absurdo. Eu não sei nem se ainda estou falando de filmes.