13.3.11

O fim dos mundos.

Algo brotou dentro de mim. E o que cresceu foi um universo.
O que eu queria dizer é que tudo o que nasce é poeira, tudo o que morre é um mundo.
Queria falar da urgência, de que passamos muito tempo contemplando o vazio enquanto estrelas colidem, o mundo gira, crianças morrem de fome e amores morrem de solidão.
Queria falar dessa humanidade em constante incômodo, se empurrando e puxando afim de estarem certos, abraçando qualquer verdade como uma luz pessoal que ilumina seu próprio canto, e não mais que isso, num universo que chama de trevas, enquanto lá fora brilham constelações.
Tanta luz em estrelas flamejantes, cometas raiados, explosões de gases, cores e maravilhas, e somos atraídos para buracos negros de nosso impulso em consumir e destruir a nós mesmos, ao nosso mundo.
O medo da humanidade é que o mundo acabe. E em breve repararemos que é verdade, esse pode ser o fim. O fim do dia. O fim da confiança. O fim de uma amizade. O fim de quem se ama.
Falem de tsunamis, de inclinações que mudam, de explosões e de cavaleiros do apocalipse, pois já ví mais fins de mundos do que sou capaz de suportar. O brilho de uma supernova nos olhos da criança que vê o enterro do próprio pai. O gelo da estrela que morre na resposta seca entre quem já disse amar. Já ví ondas varrerem corações. A terra se rachar e engolir promessas. Já ví o alvorecer doentio de um sonho moribundo.
Então, que venham os fins de mundo!
Que o fogo purifique, que a morte consuma, que a praga, a peste, e todas as bestas de profecias façam cá sua morada. Que cada parte desse mundo morra para renascer imortal.
Pois o que ninguém descobriu é que o mundo já acabou.
Isso pode ser o fim de tudo.
E eu te espero no por do sol de uma geração agonizante. Quando tudo é marcado para o fim, nada do que se faz é pequeno. Podemos ainda ser um mundo. Com vida. Milhares de eras passadas em um segundo. Afinal, o que é o tempo no fim?
Isso pode ser o fim de tudo.
Então, porque não vamos a um lugar que só nós conhecemos?
Se tudo que morre é um mundo, só ao que é imortal chamaremos lar.

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